domingo, 30 de outubro de 2016

Pedagogos: ética moral e postura cívica!


Postura professoral
Paulo Freire, o grande Patrono da Educação Brasileira, disse em seu livro Pedagogia da Autonomia (1996): “Presença humana, presença ética, aviltada toda vez que transformada em pura sombra”. Poucos poderão entender essa frase, mas ela se faz presente neste instante em que escrevo estas palavras e as ponho em minha cabeça para citar que o futuro pedagogo precisa ser, antes de mais nada, um ensaísta, um pesquisador, um ser humano capaz de nos pôr em cadência exemplar diante do leigo aluno. Analise: presença humana (pessoas), presença ética (comportamento, valores, civilização, disciplina), aviltar (desonrar). O Pedagogo precisa entender que  seus alunos são humanos e suas disciplinas são a ordem conjunta para um aprendizado. A frase encontra-se na página 100 e a ela me refiro para iniciar o ponto nevrálgico entre a comunicação e o futuro pedagogo, a ética e o futuro pedagogo e a postura cívica e o futuro pedagogo. A Pedagogia, nos incita à epistemologia, ao saber da informação que nos será útil, capaz de nos fazer pensar, agir e reverberar perante nosso futuro profissional. O Pedagogo precisa encontrar respostas democráticas para perguntas autoritárias, conversas atribuladas ao dia a dia, confrontos com relação à política, debates e mais debates na qual o futuro pedagogo precisaria ter como gabarito de uma consciência plena de argumentos. O Pedagogo desperta a atenção de quem precisa de informação. A ética moral e a postura cívica que precisamos ter agora parece que não faz diferença para alguns alunos que não sabem a dimensão que um evento pensativo como esse nos traz. Se Paulo Freire, Monteiro Lobato e Rubem Alves não despertam interesse aos alunos atuais, será que a música de Chico Buarque, o livro de Adriana Lisboa ou a poesia infantil de Cecília Meirelles despertará algo dentro deles? Ser Pedagogo é muito mais que assistir a um documentário no teatro da faculdade: é estar infiltrado em tudo o que a cultura, a política, os ensinamentos e a riqueza de detalhes nos permite angariar. É estar atrelado até o último fio de cabelo com tudo aquilo que nos rodeia, nos permeia e nos capacita. Não conhecemos algo? Busque informações. E é justamente essa a função do Pedagogo, tão bem como disse Jean Piaget um dia: incitar a pesquisar, a formatar noções e a equiparar nossos conhecimentos para um futuro não muito distante. Mas diante dos fatos atuais e perante a inadimplência de alguns já formados Pedagogos, eis uma pergunta que não quer calar: cadê a postura, a ética, a paixão e a decência de Pedagogo que precisam ter, se estas não nos é ofertada com sabedoria?

 

Pedagogos: ética moral e postura cívica!
Por Marcelo Teixeira

sábado, 15 de outubro de 2016

Ser professor é ter paciência pedagógica


Feliz Dia dos Professores
Dia do Professor¹ deveria ser comemorado todos os dias e não apenas em um dia específico, afinal, professor é aquele que nos ensina sobre letramento, algarismos, equações, que nos contam sobre as grandes batalhas e sobre o descobrimento do Brasil, nos ensinam sobre o mundo animal e vegetal, esclarece nossas dúvidas quando as temos em Química e Física, nos inspiram em Artes e nos propiciam com ótimas releituras imaginárias em Literatura Infantil Universal. Para ser professor é preciso de alguns meandros importantes, mas a principal delas é a paciência, segundo o professor e ensaísta Leandro Karnal, doutor em História e respeitado dentro do mundo pedagógico. Portanto, hoje a maior virtude do professor é a paciência, mas não aquela mensurada em plena sexta-feira com o intuito de se livrar do aluno, mas sim, como algo importante que cultivamos e plantamos em cada um deles. Segundo o escritor, teólogo, psicanalista e educador Rubem Alves (1933 – 2014), é preciso de fato ter a certeza de que estamos plantando carvalhos e não eucaliptos. E o professor precisa ter em mente que é uma rosa e não um cacto! Ser professor é uma tarefa árdua, constante, difícil, com resultados pouco notórios de início e que nos leva ao desanimo. Mas professor é aquele que não desiste, que pega na mão do aluno e o ensina a escrever seu nome, dezenas e dezenas de vezes, sem cansar, sem esmorecer, sem perder a linha do raciocínio. É preciso ser e estar sendo professor para captarmos a certeza de que estamos plantando o melhor para o amanhã: cada aluno, cada sorriso, cada gesto é importante. Existe algum meio de paciência pedagógica para aturarmos o dia a dia inconstante da profissão? A recomendação mais clara e objetiva é a paciência educativa, ou seja, mesmo as mães não educando seus filhos em casa, a escola tem o dever de ensinar e educar seus alunos, trabalhando em conjunto a Educação Formal e a Informal. Para tanto, o estudante precisa do professor como precisa do lápis para escrever e do caderno para somar, como se fosse um depósito de informações sem nexo, sem fundamento e sem histórias para contar. O professor é quem zela por tudo, desde a sua entrada até o recreio e a sua saída. É preciso uma valorização da paciência repetitiva, do consolo imediato, do conforto quase que impossível. Ser professor é mais que tudo isso: é levar trabalho para casa, ler livros e mais livros, pensar na educação e na sua forma de sobrevivência. Isso parte de um projeto que envolve a paciência reflexiva como meta central. O bom professor não espera presentes no dia dos professores nem aguarda um bolo de aniversário: ele espera um gesto de humanização, um sorriso de entendimento, um profundo respiro do educando sobre uma equação dificílima. Ser professor é olhar no olho desatento do aluno, é descer do salto, esquecer as unhas pintadas e entender que o giz e o quadro negro fazem parte de seu processo educacional. Ser professor é persistir no erro para chegar a um acerto, é ter nuances pedagógicas de como se aproximar de um resultado satisfatório, é dar risada quando se está triste e é respeitar o próximo como se fosse você mesmo. O bom professor não magoa o aluno e não retira de si a autoridade que tem para poder aprender. Por fim, ser professor é ter a mais pura e digna profissão, desvalorizada para muitos, mas respeitada por multidões. Parabéns, professor e professora!
 
¹O Dia do Professor é comemorado no mesmo dia em que o Pedagogo e Pedagogista francês Celestán Freinet nasceu.

Ser professor é ter paciência pedagógica
Por Marcelo Teixeira

terça-feira, 11 de outubro de 2016

O campo magnético entre a Psicologia e a Pedagogia


Psicologia e Pedagogia: magnetismo
Seria excêntrico incluir a tecnologia histórica da Psicologia¹ sem perceber sua ligação com a educação e, numa forma geral, com a Pedagogia. Ambas as disciplinas caminham atreladas e ambas são fundamentais e de extrema importância para a educação, para o educador e, principalmente, para o educando. É essencial a teoria da Psicologia para a prática pedagógica da Pedagogia e, sem essas duas correntes, teoria e prática, é quase que impossível obter resultados satisfatórios. Há um campo magnético muito forte que liga as duas matérias e isso é tão enriquecedor para o entendimento formal e intuitivo da Pedagogia, que praticamente é impraticável pensar na Psicologia sem pensar na formação do Pedagogo.  É  extremamente importante compreender que o fundamental campo que a Psicologia se alargou foi no campo educacional, e o principal embasamento cientifico da educação era essa disciplina. A adesão à Psicologia foi imprescindível para que se pudesse apreender o desenvolvimento sensível e trabalhar com as crianças desse novo argumento, pois o trabalho dessa ciência seria apresentar respostas às questões necessárias sobre o novo exemplo de ensino que estava aparecendo. Com a ampliação e o trabalho mais rebuscado da Psicologia, o consultório passou a ser a modalidade mais avaliada e favorita da mesma, e foram diminuindo o empenho pelo campo educacional, pois a psicologia agora calcada numa miragem clínica, atuavam na psicologia escolar muito aperfeiçoada nessa perspectiva, e tratavam agora a educação como um fator clinico. E através disto as condições socioculturais e pedagógicas eram descuidadas, produzindo uma carência intelectual que na verdade não existia, produzindo diferenças e preconceitos. Hoje, a Psicologia e a educação têm uma relação diferente sendo mais formal, educacional, abrangente e menos preconceituosa. Mesmo envolvendo disciplinas acadêmicas díspares, uma matéria complementa a outra para a formação intelectual e devida do futuro pedagogo, propiciando, assim, uma mentalidade mais evoluída e mais centrada nos dizeres e saberes educacionais; e a Psicologia tenta se redimir com a sociedade e a educação, não produzindo mais tanta desigualdade e não se sujeitando às camadas influentes.  Apesar de todas as análises, vale a pena advertir os eventos históricos, pois por meio deles pode-se analisar e aguçar as arestas produzidas em determinados contextos históricos, sociais, culturais e econômicos. Sendo assim, é de urgência ulterior que ambas as matérias estejam atreladas, caminhando juntas e sendo detentoras de uma educação hibrida, moderna, difusora e atemporal (no sentido de estarem juntas num mesmo propósito e em prol da educação brasileira). É preciso pensar em Psicologia quando se pensa em Pedagogia, porque ambas estão interligadas no sentido direto de pluralizar a formação e o caráter do aluno para um futuro disseminado pela mentalidade abstrata e concreta. E ambas são importantes para a Educação e para a aprendizagem para a Pedagogia.
 
¹Artigo escrito após uma aula teórica da Professora Maria Hercília Medáglia para a disciplina Psicologia da Educação (Segundo Semestre em Pedagogia – 2015), a pedido da própria educadora, como elaboração de trabalho.
 
O campo magnético entre a Psicologia e a Pedagogia
 
Por Marcelo Teixeira
 
 
 

domingo, 9 de outubro de 2016

A arte da Pedagogia


 

Pedagogia além de fronteiras
Pedagogia é a arte de educar, de ensinar, de passar suas missões pedagógicas ao outro, de transpassar seu conteúdo para frente, portanto, quem estuda Pedagogia precisa ter em mente que vai estar no lugar do outro, se comportando como o outro, como se ele fosse você e como você vê a pessoa.  Levy Vygotsky (1896 – 1934) sempre se importou com o próximo (assim como o poeta Mário de Sá Carneiro) e o bom professor precisa ter plena consciência de que o seu aluno é o outro e que por assim dizer,  está refletido em si mesmo, no professor. É uma troca de satisfação sem cobranças, sem interferências, com a essência da neutralidade para que possamos atribuir um conjunto de informações privilegiadas dentro desse ser. A arte da Pedagogia vai muito além dos conhecimentos pedagógicos, das filosofias de vida, dos conteúdos pragmáticos, dos sistemas de educação, das leis educacionais e dos referencias. Pedagogia é uma arte embalada pela educação sumária, pelo respeito mútuo ao próximo, pela sofisticação dos meios de comunicação e pela amabilidade ao teórico. É preciso, portanto, compreender os meandros dessa disciplina, enveredar-se entre seus meios acadêmicos e entender que qualquer um pode estudar Pedagogia e se encantar pela matéria. Mas o que me motivou a criar um blog especialmente sobre a arte de pedagogiar e lidar com teorias, práticas vivenciadas, leis disciplinares, conteúdos sistemáticos, ambiente social e escolar? Para início de conversa, foi a Pedagogia quem me seduziu e não eu quem a seduzi: meu intuito era fazer História ou Letras, mas como não houve fechamento de turma para ambas as disciplinas, acabei sendo convencido por ótimos professores de que a educação seria um grande leque de oportunidades futuras e que eu poderia até mesmo fazer pós, graduação e outras modalidades como especialização nubente. Sendo assim, permaneci em Pedagogia e confesso que foi uma escolha na qual me orgulho muito. Nomes como Paulo Freire, Maria Montessori, Emília Ferrero, Henri Wallon, Jean Piaget e outros grandes teóricos importantes para essa disciplina estarão aqui e ali em artigos pensados diretamente sobre o mundo da educação e de como esses pensamentos fazem a diferença quando estamos em uma sala de aula. A Pedagogia é uma arte muito maior que apenas educar: é criar mundos imaginários, constituídos dentro de uma esfera de capacidade intrínseca que pode ser perpassada de uma pessoa a outra sem grandes estardalhaços, desde que esse outro tenha a capacidade sumária de conseguir transpassar seus conhecimentos. Sendo a base da Educação para todos os professores, costumo dizer que todo ser humano precisaria fazer o curso de Pedagogia para poder entender um pouco mais sobre civilização, ética, respeito e amor ao próximo. A Pedagogia é a base da Educação e o professorado precisa ter, no mínimo, respeito não apenas com seus alunos e com o próximo, como respeito também à Pedagogia.

 
A arte da Pedagogia
Por Marcelo Teixeira