sábado, 15 de outubro de 2016

Ser professor é ter paciência pedagógica


Feliz Dia dos Professores
Dia do Professor¹ deveria ser comemorado todos os dias e não apenas em um dia específico, afinal, professor é aquele que nos ensina sobre letramento, algarismos, equações, que nos contam sobre as grandes batalhas e sobre o descobrimento do Brasil, nos ensinam sobre o mundo animal e vegetal, esclarece nossas dúvidas quando as temos em Química e Física, nos inspiram em Artes e nos propiciam com ótimas releituras imaginárias em Literatura Infantil Universal. Para ser professor é preciso de alguns meandros importantes, mas a principal delas é a paciência, segundo o professor e ensaísta Leandro Karnal, doutor em História e respeitado dentro do mundo pedagógico. Portanto, hoje a maior virtude do professor é a paciência, mas não aquela mensurada em plena sexta-feira com o intuito de se livrar do aluno, mas sim, como algo importante que cultivamos e plantamos em cada um deles. Segundo o escritor, teólogo, psicanalista e educador Rubem Alves (1933 – 2014), é preciso de fato ter a certeza de que estamos plantando carvalhos e não eucaliptos. E o professor precisa ter em mente que é uma rosa e não um cacto! Ser professor é uma tarefa árdua, constante, difícil, com resultados pouco notórios de início e que nos leva ao desanimo. Mas professor é aquele que não desiste, que pega na mão do aluno e o ensina a escrever seu nome, dezenas e dezenas de vezes, sem cansar, sem esmorecer, sem perder a linha do raciocínio. É preciso ser e estar sendo professor para captarmos a certeza de que estamos plantando o melhor para o amanhã: cada aluno, cada sorriso, cada gesto é importante. Existe algum meio de paciência pedagógica para aturarmos o dia a dia inconstante da profissão? A recomendação mais clara e objetiva é a paciência educativa, ou seja, mesmo as mães não educando seus filhos em casa, a escola tem o dever de ensinar e educar seus alunos, trabalhando em conjunto a Educação Formal e a Informal. Para tanto, o estudante precisa do professor como precisa do lápis para escrever e do caderno para somar, como se fosse um depósito de informações sem nexo, sem fundamento e sem histórias para contar. O professor é quem zela por tudo, desde a sua entrada até o recreio e a sua saída. É preciso uma valorização da paciência repetitiva, do consolo imediato, do conforto quase que impossível. Ser professor é mais que tudo isso: é levar trabalho para casa, ler livros e mais livros, pensar na educação e na sua forma de sobrevivência. Isso parte de um projeto que envolve a paciência reflexiva como meta central. O bom professor não espera presentes no dia dos professores nem aguarda um bolo de aniversário: ele espera um gesto de humanização, um sorriso de entendimento, um profundo respiro do educando sobre uma equação dificílima. Ser professor é olhar no olho desatento do aluno, é descer do salto, esquecer as unhas pintadas e entender que o giz e o quadro negro fazem parte de seu processo educacional. Ser professor é persistir no erro para chegar a um acerto, é ter nuances pedagógicas de como se aproximar de um resultado satisfatório, é dar risada quando se está triste e é respeitar o próximo como se fosse você mesmo. O bom professor não magoa o aluno e não retira de si a autoridade que tem para poder aprender. Por fim, ser professor é ter a mais pura e digna profissão, desvalorizada para muitos, mas respeitada por multidões. Parabéns, professor e professora!
 
¹O Dia do Professor é comemorado no mesmo dia em que o Pedagogo e Pedagogista francês Celestán Freinet nasceu.

Ser professor é ter paciência pedagógica
Por Marcelo Teixeira

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